Professores associados: Jáder, Machado, Vladimir, Teixeira, Figueiredo e Veloso.
O professor Machado fala das suas observações sobre a Meca do consumo: Shopping Center. Consumir como razão de viver.
Isso me faz lembrar, J. G. Ballard, afirma o professor Teixeira. O homem loja, o homem automóvel, metamorfoses que o capitalismo criou.
As pessoas andam feitos zumbis pelas “ruas” dos Shoppings, hipnotizadas, atraídas pelas vitrines. Desfilam as roupas que compraram no dia anterior e a regra é nunca sair dos shoppings sem uma sacola de compras.
Veloso observa que se você entra numa loja é acompanhado pelo vendedor que não deixa você a vontade para escolher o seu bem de consumo e sempre existe o olhar atento e constrangedor dos seguranças.
Outro fenômeno do mundo shopping são os pais que levam os filhos para iniciá-los ao ritual das compras. Tiram fotos das lojas e dos filhos junto aos enfeites e objetos de consumo. Acaba havendo uma fusão da criança com a mercadoria, afirma Vladimir. Quando terminam as compras não se sabe ao certo quem é a mercadoria, quem é o indivíduo.
Renato Janine Ribeiro escreveu um artigo (10/2008), lembra Machado, falando sobre o modelo do “sempre mais”. Queremos consumir porque os objetos ficam obsoletos ou porque não tem mais conserto, ou para satisfazer algo mais. A sede pelo consumo é insaciável, porque nos faz esquecer o dia a dia, nos torna potentes numa sociedade que frustra os indivíduos, ou não oferece outra forma de vida. Angustiados com o trabalho, com a família, sem saber o que fazer com ócio, passamos o tempo consumindo.
Veloso lembra que o consumo é também sublimação sexual, porque satisfazemos a libido sem qualquer risco de relacionamento, pois afinal fazemos parte de uma sociedade cada vez mais individualizada.
Como o templo shopping vai funcionar frente à crise econômica? A princípio os seguidores da seita consumo vão se endividar com os cartões até o esgotamento do crédito. Quem não tem crédito saqueia as lojas, satisfazendo a fé louca do consumo.
O próximo passo se a crise se agravar, conclui o professor Figueiredo, é o estabelecimento de um modelo político econômico cada vez mais excludente e autoritário que garanta renda suficiente a uma parcela de eleitos que entrarão no reino do consumo conquistando a sua salvação eterna. Aqueles que não conseguem consumir serão condenados ao inferno da exclusão total e eterna.
Jáder Marcos P. C. da Rocha é professor de história, epicurista e fundador do Clube de Idéias. Idéia inspirada no Clube da Luta de Chuck Palahniuk. Fugiu de São Paulo para Penápolis e não pretende mais voltar
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domingo, 25 de janeiro de 2009
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