terça-feira, 28 de julho de 2009

Sobre matadouros e fervos - Eleutherius

Na pequena rotina urbana, nas frases repetidas diariamente, na mesma face que você admira no cotidiano é que está a verdadeira felicidade. Quando nos cansamos de tudo por algum motivo e tentamos quebrar a mesmice, nasce uma falácia, uma ilusão que a todo custo sustentamos ate que finalmente ela desintegra no ar, abrindo um abismo no qual nossa matéria chega ao final em extremo desespero, pois não há como sair desse buraco...Assim foi o inicio e o fim da minha tentativa frustrada de mudança, rsrsrs, so não sei pra onde, para melhor ou pior, afirmativamente para a regressão...

_ Fala jovem, como você ta irmão?
_ Vou indo cara, com muitas contas pra pagar, a facul atrasada, mas vou levando...
_Sem trampo?
_To sem trampo, so fazendo alguns bicos so... Ta difícil!!!
_ Verdade? Meu, faz assim, me da uma ficha sua que levo ela pro frigorífico, ta pegando gente lá, e você ta fazendo facul irmão, você consegue um trampo bom la!
_ Puta, demoro! Passa amanhã que já era, te dou a ficha e você leva pra mim.
_Fecho truta!!

Sair daqui, conhecer novas mulheres e morar sozinho, caralho que louco que vai ser...Num piscar de olhos desbravo uma nova cidade com muitas esperanças na bagagem, e algumas fotos velhas, porem uma chance de mudança, afinal quem não quer bens materiais, se destacar na multidão, um bom carro mesmo que financiado com a prestação valendo a metade do salário, ou andar de ouro e prata, com roupa de grife e vagabundas no pé? O subdesenvolvimento de um lugar se mede pela pequena ambição material, e eu estava começando a entrar no maldito jogo...

_ Ou Magrelo, vamos fazer um fervo hoje aqui na republica?
_ Opa, vamos sim Quadrado, e que você acha Tio?
_ Ah cara, arrumando o barraco depois, ta firmeza...Só fala pro Careca não fica rebolando que nem uma biscate quando tocar funk.
_Vai se fude, as minas gostam, danço mesmo e ai, no final da noite “como” várias, rsrsrsrs.
_Puta Careca bem que a gente podia arrumar uma grana pra comprar uns panos pro fervo né?
_ È mesmo Magrelo, com esse salário de merda nem dá pra pagar a corrente de ouro e pisante da Nike, vamos ter que comprar roupa da 25 mesmo...
_Você ta ficando louco, pra mim tem que ser patrão so coisa original... Peraí que vou arrumar um esquema bom pra nós, sem massagem, dinheiro não vai faltar...

A pobreza e o regresso intelectual, sem perspectiva a única coisa que importava era mulher e dinheiro o resto era resto, Nietzsche era pra mim apenas um velho de bigode, e Lênin um tiozinho qualquer, paradigmas? Meu exemplo agora era o desossador classe A que andava de carro com um som louco cheio de vagabunda dentro.

_ E ai Carcaça ta curtindo a festa? Ta mil grau né?
_Vixi mil grau, então Careca aquela mina tah querendo ferve com você!
_Verdade mas e ai, ela vai contar pra Regina se eu ficar com ela?
_Claro que não, faz assim, vou falar pra ela ir lá no fundo do barraco ai já era ninguém vai ver a cena...

Puta que o pariu, se eu pudesse voltar no passado, primeiro que nunca teria saído daqui, e depois não teria aceitado o pedido de uma qualquer...Um inferno astral, entre anjos e demônios o arcanjo Miguel perdeu, traição, mentiras e meu caráter que ate hoje não consigo reestruturá-lo. De cabelos longos e vestido preto, salto e uma cara de santa...São Jorge tentou me defender desse Exu, cai nas suas garras...Meses se passaram com a Sandrinha, meses de ilusões...

_ Não quero mais ficar assim Careca, quero namorar, ter uma família, alguém que ajude a cuidar de minha filha...
_ Mas você me ama a esse ponto?
_ Claro que eu amo!!!
Amor? Não sei o que é isso até hoje, por duas vezes tive a certeza de conhecer seu conceito, hoje eu sei que isso nunca existiu e nem vai existir, é apenas uma palavra, falar para qualquer um é fácil...

Assumi a porra desse namoro, hoje eu sei como Jesus se sentiu quando Judas o traiu e depois o filho da puta ainda o beijou, ainda bem que Jesus não pegou baba de ninguém ou fez chupeta de tabela rsrsrsrsr, espero que eu também não rsrsrsrsr. Vai saber!

Noites e noites de festas, dinheiro para bebidas e bancar as putas, a republica so tinha patrão, era tudo nosso, aquela cidade tava dominada... Ate que de patrão viramos empregados...

_ Caralho que vontade de jogar esse celular na parede, já são 05:00h? Puta merda, to atrasado! Acorda Tio, tamo atrasado pro trampo.
_ Ou Careca vai gritar com a sua mãe já to levantando porra. Nossa mano olha q fizeram com o banheiro, a festa foi foda ontem...
_ Nossa Tio olha só, o Magrelo com uma mina pelada do lado!!
_Caralho Careca, será q da tempo de comer ela também?
_Desencana que tamo atrasado...

Se o trabalho dignifica o homem? Não sei, so sei que o deixa escravo do tempo, do capital e dos seus próprios desejos, sem vontade de nada, a não ser de chegar em casa e dormir, ou para os mais animados beber e dormir...

_ Trampei hoje heim, Deus me livre, to morto nem vou pra facul, ou Quadrado amanhã vence o aluguel.
_Firmeza, ta aqui a minha grana e a do Tio...
_ E a do Magrelo?
_Vixi mano, ele sumiu né?
_ O Tio cadê o Magrelo?
_ Olha ele chegando ai...
_Firmeza rapaziada? Ou Careca, a grana do aluguel deu mi, vou ter q fazer um corre pra ter o dinheiro...
_Caralho meu, e aquele dinheiro que você recebeu?
_Gastei na porra do fervo, to devendo pro maluco da biqueira ainda.
_Puta que o pariu se vira, faz seu corre!!!

Dois meses de aluguel atrasado, tava foda, sem comida no barraco, e os cascos das festas ao lado da geladeira... Amigos? Nenhum! Namorada? Tava comigo por diversão. O barraco virou ponto de fervo, festas, pessoas entravam e saiam, mas ninguém perguntava se a gente precisava de alguma coisa. Não há sinceridade, amizade, amor, na noite, apenas putas, bebidas, drogas e a autodestruição do ser humano, nada mais.
Noites chegavam, e a estória repetia, de manhã trampo, a noite namorada e fervo, estudar? Tava difícil, sem ânimo, comecei a se cansar, até que o inesperado me libertou...

_ Mas um dia de trabalho em Sr.João?
_Sim, mais um dia...
_Ou Careca, pega a paleteira lá e desloca aquele engradado de costela pra produção...
_Sim senhor, vou lá.
_ Mas vai rápido porque já ta faltando a matéria prima.
Velho Filho da puta! Que vontade de grudar na garganta dele.

Peguei o tal engradado de 600kg no macaco hidráulico, e fui empurrando na máquina, até que durante o carregamento ao virar dou de cara com outra paleteira, so que essa com o peso de 1 tonelada, o babaca que tava guiando não me viu e direcionou ela do meu lado, resultado, minha perna foi esmagada, rompimento muscular da coxa, quase rompe a artéria do femoral, acidente de trabalho.
Nessa hora desmaiei e passou um filme na minha cabeça, qual o motivo que me fez passar por tudo isso? Sem arriscar uma explicação filosófica ou religiosa, a única fundamentação para tal passagem sombria dessa insignificante existência é a chamada cagada humana, pois a burrada de tentar algo que logo de cara você percebe que não vai dar certo é uma verdadeira cagada, e assim caguei no meu próprio pau em ato de malabarismo, ferrando por momentos a minha vida.

Após ao acidente me distanciei de todos, de festas, e da faculdade, como um inútil eu fiquei a espera de um milagre, ate que retornei ao meu lar, e pela primeira vez senti saudade da rotina, aquela que eu odiava passei a ser apaixonado e dei valor nas pequenas coisas que me rodeavam.

Gilvan, vulgo Eleutherius, foi baterista da banda Militantes, cantou rap, participou do movimento estudantil em Penápolis e foi segurança dos mais variados tipos de estabelecimento. Faz poesia boêmia e marginal no blog Cicatriz Urbana

=> Quer ter seus contos publicados no nosso clube? Mande e-mail para clube.ideias@gmail.com

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Minhas Férias - Ana Alice

Da série "Auto-retratos" do Clube de Ideias


Sou feita de leões e demônios que só se acalmam ao som de tambor. Adoro chocolate e molho de pimenta, cada um ao seu tempo. E acho que água e tequila são fundamentais para o bem-estar de uma alma na Terra. Escrever é pra mim hábito, pensar é exercício e conhecer-se uma jornada eterna, interminável e necessária para que o dia seguinte venha. Tenho uma série de famílias espalhadas pelo mundo e aprendi a fazer de cada nova cidade minha casa, mas descobri em São Paulo meu lar. Adoro andar pela boemia da Augusta mas me faz falta uma casa com árvore e cachorro. E não acho impossível conseguir tudo junto. Puxei da minha mãe a arte de fazer tudo de um jeito diferente. E do meu pai, a fé de que sempre há um jeito de fazer. Descobri na música a capacidade de me comunicar de um jeito que o jornalismo, minha profissão de sangue, nunca me deixou fazer. E descobri no jornalismo a possibilidade de falar de música de um jeito que minha habilidade como baterista nunca me permitiu. E a vida, pra mim, é fazer o coração bater sincopado, não importa o tom.

Ana Alice Gallo nasceu em Ribeirão Preto, vive em São Paulo e é canhota, além de escrever poeminhas bacanas, é baterista e jornalista. Evita o estresse com doses de zen drugs e toca nas bandas Milhouse e Liga das Senhoras Católicas. Leia mais textos dela no brog Credencial Tosca.


segunda-feira, 20 de julho de 2009

Seus cabelos vão ficando brancos - Frico

Da série "Auto-Retratos" do Clube de Ideias:

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Nasci numa época de esperança, ano das Diretas Já, ano do caos de George Orwell
Ditadura militar desmoronava como o muro
que ruiu no ano em que um operário quase virou presidente da República
Não lembro muito do útero, só que gostava muito de lá. Sentia-me protegido
Às vezes queria voltar pro útero, que parecia ser meu verdadeiro lar

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Migrei para o interior, onde rolei na relva verde e me acostumei com o luar estrelado do
sertão
Li meu primeiro livro com 6 anos e não parei nunca
Meu pai lia muito todos aqueles nomes esquisitos como Freud, Nietzsche, Marx e Henry Miller
Não sabia se Eça de Queirós era homem ou mulher. Que pessoa é Eça?

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Meu pai lutava judô e minha mãe pintava quadros psicodélicos
Ela era bonita e nos colocava para desenhar ao som de Pink Floyd
Eu achava Andoniran Baborsa engraçado e ainda acho, eu tinha um cachorro vira-latas e
nosso bairro era um pouco feio
Eu não podia brincar na rua como os vizinhos porque era perigoso. Ser atropelado. Um cigano.
Um tarado.
Meus vizinhos pareciam com os pobres que eu via na televisão

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

O anarquismo vinha depois do comunismo, que vinha depois do socialismo, que vinha
depois da derrota do capitalismo.
Mas os russos entregaram os pontos de vez em 1991. Assisti as Olimpíadas de 1992 sem a URSS
A copa de 1994 é nossa, o Brasil é tetra e eu sou muito perna de pau.
Sempre fui o último a ser escolhido na Educação Física.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Estudei em escola pública dos 5 até os 9 anos
Odiei a escola de freiras onde meus pais davam aula.
Eu era bolsista, ateu e não sabia jogar bola. Era estranho e diferente.
Meus pais eram estranhos e diferentes e ninguém no interior entendia a gente.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Eu passei recreios inteiros sozinho lendo Gulliver
Eu esperava a entrada para aula, sozinho, lendo Graciliano Ramos
Eu me divertia sozinho lendo gibis do X-Men.
E eu só tinha 10 anos.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Mutações em minha carne: estiquei, emagreci, desafinei. Pelos desabrocharam
Tudo antes dos outros.
Uma menina disse que meus olhos eram bonitos. Mas só os olhos.
O irmão da Sabrina Sato disse que eu tinha cara de rato.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Me apaixonei pela primeira vez com 13 anos. De verdade. Pela menina que todo mundo se
apaixonava.
Ela era loira e tinha uma bunda redonda, grande e bonita. A maior da sala.
Eu gostava das bundas. Bastante.
Escrevi poesias pra ela.
Versos de amor não eram meu forte...
Escrevia porque a vida me angustiava e, se fosse feliz, não escrevia mais nada.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Pilhas poeirentas de quadrinhos de super-heróis, RPG e... A INTERNET.
Tinha mulheres com bundas grandes lá e elas gostavam das minhas poesias.
Me apaixonei pelo rock 'n' roll em 1996. Perdidamente.
Criei um fanzine em 1997 com um amigo e meu irmão.
Em 1998, comecei a tocar violão.

****

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico
Minhas calças se rasgaram, os fios de cabelo se espetaram e um brinco se alojou em minha
orelha esquerda.
Eu era punk, como aqueles que eu via na tv. Eu era alguém e tinha um grupo.
As pessoas tinham medo de mim, e eu gostava. Fiz outro furo na orelha e comprei um bracelete.
Toquei em palcos imundos dos subúrbios, em praças e em centros culturais.
Pulei, gritei e tive convulsões públicas para animar platéias de meia dúzia de pessoas.
Tive bandas, zines, programas na rádio e meu primeiro romance. Durou 3 meses.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Aos poucos entendendo as mulheres.
Adeus mãe gigante, grande, acolhedora, tribal, arquetípica, freudiana.

***

Crescer dói. Descobri que morava na periferia. Um amigo me disse.
"FrIco G mora num lugar perigoso".
Tinha pessoas pedalando de volta para casa às 18h, velhos conversando na calçada
Um vizinho era lixeiro, mas depois foi preso. Polícia passa. Boca de fumo do bairro. Mas nunca
prende ninguém.
Conheci garotos que já tinham vivido mais que homens.
Um cara da classe mata alguém. Outro internado em uma rehab. Menino assalta venda
com uma arma.
Pobre demais pra ser branco e claro demais pra ser um negro.
Queria um lar que não fosse mais um útero.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Pais rígidos. Castigo.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Assisti a queda das Torres Gêmeas na escola e as pessoas comemoraram.
Minha tia americana ligou chorando pra minha mãe.
Me arrependi
Senti o grande império WASP ruindo. Como um rato que rói a roupa do rei de Roma.

***
E, pesando 59 kg, eis o primeiro lugar em uma faculdade pública de jornalismo.
Comecei a beber. Comecei a viver.
Aos 18 anos, vida ganhava cores e cheiros.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Voei até os EUA e freqüentei convenções anarquistas e shows de hardcore.
Tive medo de avião. Tive medo de morrer. E tive medo da vida.
Conheci pessoas maravilhosas, que amei como irmãos.
Conheci mulheres maravilhosas, que amei ou não.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Participei.
De protestos, trupes de teatro, bandas de rock, festas, gangues de discussão de filosofia, programas de tv e filmes amadores.
Vivi 40 anos em 4

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Acreditei no Fórum Social Mundial de Porto Alegre, onde conversei com pessoas de todos os continentes que acreditavam
Que um outro mundo era possível
E eu ainda acredito. Você não?

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Dormi com as mais feias e as mais bonitas. E as pintei lindas.
Tive a mulher que achei que não teria e a perdi.
Chorei muito, mas fui mais feliz do que triste.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Pânico. Mãos formigando, taquicardia. Achei que ia morrer.
Me arrastei por seis meses em direção a vida de adulto.
Cortei o cabelo, arrumei um emprego, entrei no túnel do metrô imergindo em depressão
A cidade de São Paulo era cinza e fedia como merda, como morte, como dor.
No Butantã mendigos alados e ratos dilacerados faziam coro com as putas tristes, os travecos
de peruca
Os vendedores ambulantes, os botecos imundos, os porteiros nordestinos, os malucos de rua,
as crianças ranhentas.
Eu voltara à miséria, comendo um prato de cinco reais com tomate, cebola, arroz, feijão e um frango horrível.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Mas ganhei dinheiro, vendi minhas letras e ideias por um preço razoável
Viajei, então, e pude ver o mar. Foi lindo. Toda aquela imensidão azul. Penetrou em mim.
Lágrimas lubrificaram o âmago.
Achei uma mulher com asas que voou comigo e tive que abandonar as outras por justa causa.
No começo foi difícil, mas aprendi que fidelidade acontece por vontade, não obrigação.
Acalmei meus demônios internos em sessões de terapia, aulas de Yoga e noites com minha
preta

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Expulsei Édipo de Tebas aos bicudos no cu.
Doeu
Aceitei que podia ser feliz e ter um pouco de dinheiro
Mas nunca desisti.
Continuo sendo uma fábrica de sonhos e ilusões.

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Assisti ao Pânico em SP tocado pelos ataques do PCC
Vivi os tempos da Gripe Suína, o medo de uma epidemia, a crise financeira de 2009.
Errei feio, pedi perdão, me senti culpado e chorei
E escrevi, e li, e gozei, e amei, e bebi, e fumei, e dancei, e abracei, e sonhei

Seus cabelos vão ficando brancos, Frico

Sigo a sina

Estou há mais de dez anos tentando escrever poesia
Os cabelos estão ficando brancos, mas as palavras insistem em soar vazias.

Frico escreveu esse punhado de versos ai em cima. Ele andou lendo muito Walt Whitman, Ginsberg e Ferlighetti e por isso fez um poema tão grande. Leia mais trabalhos dele aqui. Ah, ele também tem um blog, o Punk Brega.

sábado, 18 de julho de 2009

Cosmopolitan - Sabrina Barrios



-Mais ilustrações da Sabrina.

Sabrina Barrios,designer e ilustradora, fez a biografia dela de hoje. De hoje, porque representa como ela se sente agora, depois de ter saído do Rio Grande do Sul, morado em São Paulo e aterrisado em Nova York - uma terra cheia de formulários. Alguns meses atrás o desenho poderia ter sido diferente. Mas não é assim também com nossos retratos fotográficos?

domingo, 12 de julho de 2009

Indigente é

Da série "Auto-retratos" do Clube de Ideias

Uma parafernalha sucateada de átomos, genes, hormônios, ideias e emoções bizarras, dentre outras bugigangas de utilidade duvidosa e pouco sustentável ao planeta.

Encaixam-se desordenadamente como peças feias e desproporcionais. Algumas já vieram com defeitos e outras estão enferrujadas. Mas as peças funcionam para os personagens no cotidiano. Que vivem, morrem e vivem.

Se parece mais com coisa, rótulo, vírus, burguês, bicho, planta, etê, louco, amigo imaginário, sonho, luz e sombra, do que gente. Não apenas "gente".

Também pode ser alma.



Fabiane Zambon é designer, mas também atriz, mas também escreve hipertextos cheios de som e ramos no seu blog. Ela também fez esse texto de presente pra ela mesma no seu aniversário há dois anos atrás.

sábado, 11 de julho de 2009

O auto-retrato - Mário Quintana

-Leia outras poesias

Em julho propus para alguns colaboradores do Clubinho que cada um fizesse seu auto-retrato. É a primeira tentativa de uma produção temática. A partir de amanhã começo a publicar o que já recebi. Pra começar uma poesia de Mário Quintana


No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Terminado por um louco!

-Quer ler mais trabalhos de autores consagrados? Clique aqui

quinta-feira, 9 de julho de 2009

"The Man With Beautiful Eyes" - Charles Bukowski

Um belo poema de Charles Bukowski transformado em animação por Jonathan Hodgson

Dica do Gabriel Gianordoli.

Não sabe quem é o Bukowski? Descubra aqui!

domingo, 5 de julho de 2009

Eu não sou fácil - Karla Jacobina



Karla Jacobina é uma jovem escritora. Com o apoio da prefeitura de São Paulo, ministra uma oficina de literatura e artes integradas, no Centro Cultural Tendal da Lapa. A característica mais marcante em seu trabalho é impedir que o texto morra no papel: "O papel não é uma morte, mas é uma cama, confortável demais para os meus textos" Além de escrever, Karla atua, dança e toca. Mais informações na página oficial da artista